Alagados
Os Paralamas do Sucesso
Composição : Herbert Viana/ Bi Ribeiro
Todo dia o sol da manhã
Vem e lhes desafia
Traz do sonho pro mundo
Quem já não o queria
Palafitas, trapiches, farrapos
Filhos da mesma agonia
E a cidade que tem braços abertos
Num cartão postal
Com os punhos fechados na vida real
Lhe nega oportunidades
Mostra a face dura do mal
Alagados, Trenchtown, Favela da Maré
A esperança não vem do mar
Nem das antenas de TV
A arte de viver da fé
Só não se sabe fé em quê
A arte de viver da fé
Só não se sabe fé em quê
Antes foi necessário construir casa de madeira sobre as palafitas, chão, depois tijolos... A contagem do tempo: passado, presente e futuro encontram-se nele...
Museu da Maré
Em 1989 o grupo “TV Maré”, com objetivo de registrar imagens da comunidade e depoimentos de moradores do local, percebeu que a memória do local estava acabando tanto pelas grandes intervenções governamentais na geografia, bem como pelo desaparecimento dos moradores mais antigos, surgindo o desejo junto com os moradores de um espaço para a sua memória rememorada, para valorização de sua arte mais essencial...

Um trabalho de transformação social para auto estima da então comunidade grande e comentada nas mídias por violências. Talvez um grito expressivo: “Não somos apenas violência, temos uma história uma arte diversificada e queremos expressa-lá!”. Ajudando a ver também a questão de falta de políticas publicas, a favela é a conseqüência disso.

Um lugar onde os objetos podem ser tocados e tocam as pessoas. Todos têm um espaço, querem e gostam de se ver nele:
“Gostei muito. Foi como se eu tivesse voltado no tempo e visto quanto éramos felizes apesar da pobreza e miséria, mas poderíamos brincar sem medo da violência, só das assombrações que imaginávamos ter. Saudades do meu pai que ajudou a fazer vários barracos desses. Nascida e criada na Maré e com orgulho de ter uma história para contar para filhos e netos".
Há contadores de histórias do local como um importante meio de resistência. Sendo um espaço de diálogo entre as diversas gerações de preservação da memória e da construção da identidade coletiva. A contação de histórias recupera a tradição oral que nasce em histórias e resiste em velhos contos passados por gerações voltando para o registro de preservação e divulgando histórias das comunidades.

O museu é a arte viva construída pela solidariedade daqueles moradores, importantes para sua transformação social de histórias populares superadas. Resgata a identidade de um povo, de uma terra hoje urbanizada. Valorizando uma cultura local, propondo uma reflexão que perpassa o tempo, favela também tem sua arte, tem sua troca. A comunidade também tem voz, arte, história e encantamento.
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